Chuva, barro e frio - Estrada Velha de Guarapuava

Um pedalaço foi marcado para este último sábado, 20, com a galera do Pedal Verde. Eu (Thiago) saindo de Foz e o restante da turma de Medianeira. O ponto de encontro seria a Trilha São Martins, na beira Parque Nacional do Iguaçu em São Miguel do Iguaçu.
Porém, como a maioria das vezes o que é combinado nem sempre da certo, então vou relatar o meu passeio neste pedal...
Minha partida para trip começou por volta das 08h30 nas proximidades do Shopping JL seguindo a Avenida das Cataratas até chegar ao Parque Nacional do Iguaçu, até então somente asfalto. Uma mescla de neblina e frio intenso me acompanhou durante estes primeiro
s 15 km. Entrei então na Estrada Velha de Guarapuava, passando atrás do aeroporto, deslizando sobre o espelho que estava à estrada de chão. Foi então que tocou meu telefone, e para meu espanto era o Black relatando que estava chovendo muito em Medianeira e estavam abortando o passeio. Ele recomendou ainda que seria melhor eu fazer o mesmo, pois corria risco de pegar aquela chuva até chegar lá. Sem pensar muito, com toda a empolgação que o passeio estava me proporcionando logo respondi que iria continuar e que ficaria a critério deles se continuariam ou não (em meus pensamentos já imaginei, este sintoma não é normal. Chegou à frente fria e o vírus parborizante atacou acentuadamente a galera. Isto é grave...), então prossegui.

Quando cheguei próximo à fazenda que cria ovelhas (local conhecido da galera na Volta ao Parque) novamente toca o meu telefone, desta vez falei com o Black e o Magrão, os quais relataram que tinham abortado definitivamente e que talvez fizessem um passeio mais curto. Então continuei solitário o empolgante passeio. Em diversos momentos a natureza com toda sua beleza proporcionada pelo Parque Nacional do Iguaçu, presentearam-me com a visita inesperada de algumas espécies nativas de mamíferos como cutias e macacos pregos que estavam se alimentando do resto da colheita do milho na beira da estrada (muito surpreendente os animais, mas no fundo uma preocupação com esta alimentação de milho transgênico a estes pobres bichos).
Quando faltava aproximadamente uns 10 km para chegar a Trilha São Martins (acesso que corta o PNI explorado pela empresa Macuco Safari) começou a chover e ventar. O frio cortante aliado com o barro que grudava nos pneus diminuía meu ritmo e a cada momento tinha que parar para tirara o excesso de lama que travava a locomoção. Faltando uns 2 km para chegar na trilha estava praticamente impossível transitar, restou-me colocar a bike nas costas e caminhar exaustivamente até o local programado para descanso. Chegando lá imundo de barro, comi um lanche e tentei entrar em contato com a galera para relatar a minha situação e talvez preveni-los de um possível pedal que estavam supostamente fazendo, porém sem comunicação. Descansei por uma hora até vir o responsável que cuida da trilha, um senhor muito cordial o qual me aconselhou retornar, pois a frente estava pior a estrada (teria que fazer uns 5 km com a bike no lombo até chegar na linha Indianópolis).

Com muita chuva nas costas, corpo frio e ensopado, segui o conselho daquele “caseiro” retornei uns 2 km e pegando uma via que passava em meio uma propriedade. Segui sentido oposto ao meu destino (estava em SMI retornando para STI) para Vila Guanabara. Nunca havia passado por aquela região que até então era cascalhado, e naquele ritmo pedala 10m e desembucha e assim por diante. Chegue até a Guanabara, à via era de calçamento poliédrico e a chuva não cessava. Percebi uma mensagem em meu celular do Black escrito as 12h30 “tamo indo...”, fiquei na dúvida, mas indo a onde?
Continuei pedalando naquele calçamento até chegar para minha alegria na BR 277 próximo ao posto de pedágio (tinha retornando uns 30 km contando estrada de chão e asfalto do Posto Cacique).
Meu corpo estava tremulo de frio, nem mesmo as pedaladas me aqueciam, foi quando para minha satisfação o Marquinhos e o Cleiton ligaram em meu celular se dispondo fazer um socorro, combinei no Posto Cacique. Pedalei mais 10 km até chegar lá sob muita chuva.
Estava um bagaço, molhado, com frio e muito, mas muito sujo de lama. Tomei um café quente e aguardei por uma hora o socorro vir me resgatar. Quando chegou os dois, eu estava muito tremulo, retirei a roupa molhada e me enrolei em uma toalha seca dentro do veículo em quanto eles colocavam a bike no suporte.
Para brindar o pedal, cheguei em casa, tomei uma sopa e depois fomos até a chácara do Cleiton comer um delicioso churrasco gordo de ponta de peito. Maravilha.
No final da tarde, o Black me liga novamente relatando que foram pedalar até a linha Indianópolis e que tentaram me localizar... Em breve teremos o relato deles neste blog. Até a próxima aventura galera.